segunda-feira, 15 de abril de 2013

Vivendo e lembrando...


Apesar de ser uma pessoa que esquece de certos detalhes (os ruins, principalmente) com uma certa frequência, adoro uma sessão remember. Adoro lembrar da época de escola, de como as coisas eram e de como as coisas mudaram. Deve ser coisa de gente que está ficando velha: “No meu tempo não tinha internet, gente”. Hahahaha.

É tão interessante ver a mudança que o tempo causa nas coisas e pessoas, apesar de suas essências, normalmente, continuarem as mesmas.

Não tenho a pretensão de achar que o “meu tempo” foi melhor, mais engraçado, ou mais importante do que o dos outros, ou do que estamos vivendo agora. Aliás, para podermos ter boas lembranças, é muito importante dar valor para o que vivemos agora.



Das coisas que me deixam nostálgica, músicas estão no topo da lista...

Escutar Engenheiros do Hawaii é estar de volta à adolescência. Namoro, viagens para a praia, descendo a serra cantando “Descendo a Serra”. Ou andando pela Paulista cantando “Sampa no walkman”. Era o máximo. Metallica, Iron Maiden, me levam de volta à casa do grande Mamute, me ajudando a escolher as melhores músicas para ele gravar, quando “decidi” que ia curtir metal.
Os sambas de Martinho da Vila e a orquestra do Ray Conniff  me levam aos almoços de domingo, preparados pelo meu pai. Às provas que ajudava minha mãe corrigir, folhinhas espalhadas pelo chão da sala.
Tim Maia, Gilberto Gil, Luiz Melodia... era o que se ouvia enquanto o Claudio cozinhava maravilhosamente. Enquanto eu aprendia com ele uma nova forma de viver, de amar as pessoas, os animais, o mundo. Era o que tocava no carro da Lia, quando saíamos cantando pelas estradinhas de Ubatuba, ela, eu e três meninos. E a gente se divertia.
Pagode, qualquer um, me leva de volta ao meu quarto, dividido com a Juliana, as brigas pelo gosto musical tão diferente. Hoje, quando toca um pagode e eu canto inteirinho, sempre ponho a culpa nela... hahahaha!

Cheiros, filmes, são outras possibilidades de lembrança... Dama da Noite cheira à infância na Água Fria, por exemplo. Trazem um tempo em que andar na rua depois das oito da noite não era problema para uma criança de seis anos. As colônias mais antigas d´O Boticário: Lavanda Pop, Thaty (esqueci o nome de outras duas), naquele frasquinho menorzinho, lembram Natal e Amigo Secreto com os primos. Aquela mesa enorme, com um sem fim de gente, todo mundo reunido e celebrando, apesar das diferenças.

Dos filmes... Se o Patrick Swayze estivesse envolvido, eu assistia. Me apaixonei perdidamente por ele quando assisti Dirty Dancing. Nunca mais fui “a mesma”. Pra mim, ele foi, é e sempre será “o cara”. Sua figura me leva de volta aos meus sonhos de príncipe encantado, de amor além da vida, de encantamento adolescente pelo sonho de um amor de novela. Até hoje, penso que se fosse com ele, eu teria tudo isso. Coisa de gente besta e nostálgica – melancólica até, mas... é o que eu acho. Ele mantém viva em mim a adolescente bobona que acreditava em tudo isso. Quando ele morreu, fiquei arrasada. Lembro de pensar que, “puxa, agora não tenho mesmo mais chances” – como se algum dia eu pudesse ter tido alguma. É, sou idiota. Quem não é, certo?



Essa coisa de ficar lembrando, pensando, procurando... foi difícil escolher do que falar, já que são tantas memórias... E eu poderia passar horas descrevendo todas elas aqui... mas percebi uma coisa importante, nessa pequena busca que fiz ao longo do tempo em que pensei para escrever esse texto: Viver a vida plenamente é o melhor presente que podemos nos dar, só assim poderemos lembrar do que já foi com nostalgia e não com arrependimento.

Viva la vida!

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