Apesar de ser uma pessoa que esquece de certos detalhes (os
ruins, principalmente) com uma certa frequência, adoro uma sessão remember. Adoro
lembrar da época de escola, de como as coisas eram e de como as coisas mudaram.
Deve ser coisa de gente que está ficando velha: “No meu tempo não tinha
internet, gente”. Hahahaha.
É tão interessante ver a mudança que o tempo causa nas coisas
e pessoas, apesar de suas essências, normalmente, continuarem as mesmas.
Não tenho a pretensão de achar que o “meu tempo” foi melhor,
mais engraçado, ou mais importante do que o dos outros, ou do que estamos
vivendo agora. Aliás, para podermos ter boas lembranças, é muito importante dar
valor para o que vivemos agora.
Das coisas que me deixam nostálgica, músicas estão no topo
da lista...
Escutar Engenheiros do Hawaii é estar de volta à adolescência.
Namoro, viagens para a praia, descendo a serra cantando “Descendo a Serra”. Ou
andando pela Paulista cantando “Sampa no walkman”. Era o máximo. Metallica,
Iron Maiden, me levam de volta à casa do grande Mamute, me ajudando a escolher
as melhores músicas para ele gravar, quando “decidi” que ia curtir metal.
Os sambas de Martinho da Vila e a orquestra do Ray Conniff me levam aos almoços de domingo, preparados
pelo meu pai. Às provas que ajudava minha mãe corrigir, folhinhas espalhadas
pelo chão da sala.
Tim Maia, Gilberto Gil, Luiz Melodia... era o que se ouvia
enquanto o Claudio cozinhava maravilhosamente. Enquanto eu aprendia com ele uma
nova forma de viver, de amar as pessoas, os animais, o mundo. Era o que tocava
no carro da Lia, quando saíamos cantando pelas estradinhas de Ubatuba, ela, eu
e três meninos. E a gente se divertia.
Pagode, qualquer um, me leva de volta ao meu quarto,
dividido com a Juliana, as brigas pelo gosto musical tão diferente. Hoje,
quando toca um pagode e eu canto inteirinho, sempre ponho a culpa nela...
hahahaha!
Cheiros, filmes, são outras possibilidades de lembrança...
Dama da Noite cheira à infância na Água Fria, por exemplo. Trazem um tempo em
que andar na rua depois das oito da noite não era problema para uma criança de
seis anos. As colônias mais antigas d´O Boticário: Lavanda Pop, Thaty (esqueci
o nome de outras duas), naquele frasquinho menorzinho, lembram Natal e Amigo
Secreto com os primos. Aquela mesa enorme, com um sem fim de gente, todo mundo
reunido e celebrando, apesar das diferenças.
Dos filmes... Se o Patrick Swayze estivesse envolvido, eu
assistia. Me apaixonei perdidamente por ele quando assisti Dirty Dancing. Nunca
mais fui “a mesma”. Pra mim, ele foi, é e sempre será “o cara”. Sua figura me
leva de volta aos meus sonhos de príncipe encantado, de amor além da vida, de encantamento
adolescente pelo sonho de um amor de novela. Até hoje, penso que se fosse com
ele, eu teria tudo isso. Coisa de gente besta e nostálgica – melancólica até,
mas... é o que eu acho. Ele mantém viva em mim a adolescente bobona que
acreditava em tudo isso. Quando ele morreu, fiquei arrasada. Lembro de pensar
que, “puxa, agora não tenho mesmo mais chances” – como se algum dia eu pudesse
ter tido alguma. É, sou idiota. Quem não é, certo?
Essa coisa de ficar lembrando, pensando, procurando... foi
difícil escolher do que falar, já que são tantas memórias... E eu poderia
passar horas descrevendo todas elas aqui... mas percebi uma coisa importante,
nessa pequena busca que fiz ao longo do tempo em que pensei para escrever esse
texto: Viver a vida plenamente é o melhor presente que podemos nos dar, só
assim poderemos lembrar do que já foi com nostalgia e não com arrependimento.
Viva la vida!
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