sexta-feira, 22 de março de 2013

Nossos encontros e desencontros


Quando pensei em escrever sobre encontros e desencontros, queria falar das surpresas da vida, as boas, as não tão boas e as que, apesar de não serem tudo isso, transformam a nossa vida em algo melhor.
Até que eu li os textos das minhas amigas balzacas e pensei que, talvez, a visão que elas tiverma do tema foi bem mais profunda e bonita do que a minha, quando pensei nele.
E, de pensar nos textos, passei a pensar na nossa amizade, que é uma grande história de encontros e desencontros... tanto os físicos – a presença da pessoa – como as coincidências que temos em nossas vidas, os “encontros” de experiências e vivências. E também os desencontros, as coisas que vivemos e vemos de forma diferente e, dentro da nossa amizade, nos complementam, umas através das outras.
É impressionante como em mais de 20 anos, tanta coisa mudou... e como tanta coisa não mudou. Eu tenho convicção de que as pessoas podem mudar, evoluir ou involuir, mas a essência delas permanece. Chamem de alma, caráter, sei lá o que. Isso nunca muda.
Apesar de sermos extremamente parecidas, somos muito diferentes. Fisicamente, emocionalmente. Beth e Claudia são mais porra loucas que eu. Sempre fui a mais certinha, chatinha. Beth e eu somos mais parecidas fisicamente, temos pais portugueses, criação muito parecida. A Claudia tem ascendência chilena e é muito diferente de nós. Todas nós somos “loiras”, mas eu sou a única natural – apesar de clarear ainda mais os cabelos. Beth e eu, apesar de tanto tempo separadas, cursamos a mesma faculdade, somos apaixonadas pelos mesmos autores, os mesmos poemas, os mesmos livros. A Claudia tem o dom de cuidar dos outros. Eu e a Beth temos o dom de cuidar da Claudia. Nós quase nunca estamos fisicamente juntas. Mas todos os dias nos falamos. Todas nós gostamos de escrever. Somos boca dura, pessoas de opinião. Nós vivemos o ditado “eu sou mais eu”. Parecemos rochas, mas é bem fácil nos magoar. Nós sabemos disso e não nos magoamos, apesar de, às vezes, dizermos algumas verdades que a outra precisa ouvir. E, em outras tantas, nem é preciso dizer nada...
Eu creio, verdadeiramente, que a Amizade é a forma mais pura de Amor. Quem tem amigos, com certeza, tem anjos da guarda para a vida toda, e a outra também, se ela existir.
E, como toda a forma de Amor, a Amizade requer cuidado, rega, atenção... De perto ou de longe, entre encontros e desencontros, é o que faz a vida valer a pena.

3 comentários:

  1. Com exceção do amor maternal - divino, arraigado e perene! - a amizade é a única forma de amor que nos resgata das mazelas do dia a dia, faz doações verdadeiras e,sabe perdoar até mesmo a distância.
    Esse amor me faz mais falta do que os demais...sempre!
    Adorei!

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