sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Pensamentos aleatórios


De vez em quando, me pego sorrindo pela rua. Ou faço algum comentário em voz alta. E penso que se tiver alguém me olhando vai me achar meio doida. Ou um tanto chapada. Mas então, lembro que estou em 2012. Que sou um pouco doida. Nada chapada. E que mais doidos parecem aqueles que andam gesticulando ao mesmo tempo que estão falando  no celular pelo fone de ouvido. Eu sempre acho que a pessoa está falando sozinha e penso que doidera, depois vejo o fiozinho do  telefone ... Sou do  século passado, não tão distante em anos vividos, mas em tecnologia...sim!  Admito, não consigo falar pelo fio, só segurando o telefone. É talvez eu seja mais doida do que penso ou mais velha do que admito.

Conheci ficha telefônica, máquina de datilografia, som três em um e outras ‘antiguidades’ que pessoas de dezoito  anos não tem o menor conhecimento. Só tenho o dobro de idade delas e parece que tenho muito mais.

Embora me ache muito jovem em alguns aspectos, em outros me considero uma anciã.

Nos dias de TPM esses sintomas costumam piorar. Quem é mulher, sabe do que estou falando... É o inchaço que aparece e te deixa toda apertada dentro da calça jeans que você mais gosta... É alguém  que comenta de uma foto sua há dez anos... nossa como você ERA magra... ódio mortal salta dos olhos... E então, quero me afogar num pote de sorvete  de chocolate ... Só que não posso, porque o metabolismo atual está em versão slow motion.

Aquele shortinho que gostava de usar, já não cai tão bem quanto gostaria; o colágeno natural parece ir sumindo a cada olhada no espelho. Se eu bebo um pouco, um olho já começa a fechar e me sinto um peru bêbado. A carinha de alegre que eu tinha aos dezessete anos, é só uma lembrança... a versão atual ficou mais para rascunho.  A idade, mesmo não sendo tão avançada assim, tem seu peso (e a lei da gravidade é cruel!). 

Mas penso que sei envelhecer, que minhas roupas se adequaram ao novo peso e ao corpo adquirido ao longo do tempo.  Mudo o cabelo com frequência. Acho importante inovar. Renovar.
O que me choca é me deparar com pessoas do passado que ainda não saíram de lá. Eu acreditava que teriam progredido física e espiritualmente. Só que não. Preferiram permanecer do mesmo jeitinho ( ou quase, já que não melhorar é piorar, ao meu ver). Insistem em repetir o padrão da adolescência, vestindo-se do mesmo modo, não mudando o penteado, não cortando nada do cabelo a não ser as pontas... e querendo ainda usar cajal em vez de delineador. Ou lápis azul. Sei lá. Coisas que não usamos mais porque não combinam com a atualidade ou porque existem produtos melhores e mais práticos.   Ou ainda, dizendo: Nossa, passaram anos e eu ainda estou igualzinha! - Mentira do KCT! Só se for na mentalidade porque os anos passam para todos. Uns mais estragadinhos do  que outros,  entretanto o tempo não para. E um dos crimes  que podem cometer é querer usar as roupas de vinte anos para mostrar que ainda cabem. Socorro!!! A moda volta inspirada no passado, ela se reinventa. Não adianta guardar o vestido de manga bufante que ia até a orelha achando que algum estilista modernoso vai relançar isso. Never more... A inspiração pode vir do passado, só que melhorada. Nunca repetindo o mesmo modelito.  
E querer viver no passado, não saber envelhecer... não acontece somente com as mulheres, a homenzarada também dá suas mancadas. E que mancadas!!!
Um dos sintomas dessas criaturas é  perder um tempo imenso com o cabelo, gastando postes de gel. Repetem os padrões comportamentais de adolescência. São adultescentes... E sinceramente,  um homem que demora mais do que eu para arrumar o cabelo, não merece que eu desperdice meu tempo com ele.  Vaidade sim, narcisismo não! Um cara de quarenta anos querendo parecer o Neymar, é no mínimo, brochante. 
E os tipos que querem falar gírias e imitar a garotada.. os tios Sukitas da vida! Ninguém merece!
Ai meu Deus!
A mente é uma caixinha de pensamentos aleatórios, pensamento vai e risada vem. E quando me deparo com essas pérolas em pessoas só posso pensar antes elas do que eu, não é mesmo?
E viva as balzaquianas que sabem viver no presente, aproveitando o que a vida tem de melhor aqui e agora ... (porque quem vive de passado é museu e quem só espera do futuro saiba que ele pode nem chegar)



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